sexta-feira, 1 de abril de 2016

3 - São João....ou melhor...Dr João

                    

                                     Chegamos no hospital! Eu, super tranquila, sabendo que não corria risco, achando um exagero aquele aparato todo: sirene, maca, soro...querendo enfiar a cabeça em um buraco. Já viu alguém com vergonha de ser internada?
                                       Sendo levada para o CTI, pensei: Gente, isso só pode ser brincadeira, o que está havendo? Pegadinha?
                                       Fui colocada no isolamento, os médicos e equipe de enfermagem muito atenciosos. Meus irmãos chegaram preocupados, ninguém podia entrar. 
                                       Mônica, meu anjo de guarda, procurou saber de todos os detalhes e foi informada que sofri algo como um infarto. Meu eletro estava alterado, eu não seria liberada enquanto não estivesse fora de perigo. Passei a noite olhando pela fresta da porta , na verdade nem era fresta, achei que nem tinha porta ou estava aberta...sei lá... 
                                       Aquelas pessoas no CTI, em estado grave, idosos, pessoas debilitadas, e eu ali...envergonhada da minha pressão arterial 11x 7 e batimentos cardíacos de bebê. Não entendi nada, mas desisti de questionar, afinal estava sendo bem assistida e não tinha nada a reclamar. Pedi a minha irmã que avisasse meu filho, namorado e amigas só quando eu estivesse realmente bem, para não preocupá-los mais do que o necessário.
                                        No dia seguinte, após ser transferida para o quarto, o médico veio me dar alta e disse que minha saúde estava melhor do que a dele. Para não dizer que estava o tempo todo bem, tive uma rejeição ao jantar, porque minha alimentação é a mais natural possível, sem óleo, açúcar, conservantes, e essas porcarias mais. Isso não me pertence! Mas lá, comi alguma coisa que me fez vomitar mais do que aquela criança no parque de diversões depois de uma volta na montanha russa. 
                                         Passei a noite na casa da minha irmã e prometi procurar um cardiologista, para tentar entender o que houve comigo.
                           
                                       Logo informei a todos que eu estava ótima!! Linda, loura e japonesa...mas ninguém acreditou! 
                                      Segunda providência: ir à casa da vizinha, minha amiga Sandra, dizer que estava tudo bem. Ela me indicou o Dr João Roberto Ribeiro de Oliveira, que também é clinico geral. Esse foi meu outro anjo. Deus adora colocá-los no meu caminho!! Liguei, mas não precisei marcar, é por ordem de chegada. 
                                      Era gente demais fazendo fila no corredor...o homem é bom mesmo! Cardiologista e clínico geral: "lacrou"!  Cheguei mais cedo, fiquei na fila e aguardei duas horas para ser atendida. Ele, de pé, consultório simples mas equipado. Medi a glicose: ótima, contei minha odisseia, fiz outro eletro. Verificou uma alteração, mas nada que justificasse o suposto infarto.
                                       Me examinou com calma, fez perguntas de praxe, disse que ia investigar e não ia sossegar enquanto não soubesse o que meu corpo queria avisar. Segundo ele, meu organismo estava escondendo alguma coisa e ele investigar para saber do que se tratava. Investigação é a minha praia: meu corpo ia falar, até mesmo sob tortura !! Rsrsrs...
Saí de lá com um pedido de Doppler colorido das carótidas e vertebrais, ecocardiograma com doppler colorido, cintilografia de perfusão miocárdica - em estresse e repouso, exames de sangue, urina e algumas recomendações. Era para ficar calma ou nervosa?
                                      Fiquei satisfeita com o atendimento daquele profissional, que talvez fosse a ultima esperança de tanta gente. Senti segurança nele... vi pessoas que aguardavam a vez de serem atendidas, quase fazendo uma vaquinha para comprarem um pedestal para o santo homem!! Depois entendi o porque...E assim continuei minha saga. Corta para o dia seguinte!
 

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