Com a virada do ano, com o espírito cheio de esperanças, rapidamente voltei a ser a Marcia de sempre! Positiva, chata, mala, e muito determinada! Detesto mi mi mi e não sou mulher de cruzar os braços, ficar chorando pelo leite que está prestes a derramar. Trato logo de fazer as coisas entrarem nos eixos.
Quem me conhece bem sabe que depressão não encosta em mim com facilidade, aguardei os tais três dias úteis após o grotesco episódio (post anterior). Avisei a Ana, que dessa vez iria comigo e partimos novamente para a clínica. Nem me preocupei em ligar antes, dessa vez a agulha ia entrar ou a jiripoca ia piar! Era dia 19 de Janeiro e estava passando rápido. Eu e Ana durante o caminho, íamos conversando sobre aquele dia do piripaque no coração, já haviam passado dois meses!
O trajeto foi bem rápido, uns vinte minutos. Descemos do metrô e ainda caminhamos por quinze minutos. Chegamos! Eu já estava familiarizada com o procedimento, peguei meu número de chegada, sentei em frente à TV e dei continuidade ao papo, para o tempo passar mais rápido. Demorou uns trinta minutos até eu ser chamada. Novamente, a mesma recepcionista que não lembrou de mim aparentemente, até eu começar a contar o ocorrido. Ela pegou o telefone, digitou os números...dentro de mim, a ansiedade crescia!
Dessa vez não demorou! Autorizado! Respirei aliviada, segui o protocolo, ouvi atentamente as informações sobre o exame PAAF de tireoide: Punção aspirativa por agulha fina guiado por ultrassom. Uma técnica que consiste na retirada de pequena porção de tecido por aspiração através de agulha fina e posterior coloração e análise microscópica. Um procedimento seguro que pode evitar biópsias cirúrgicas maiores (definitivamente, não foi o meu caso).
Esse exame exige que o paciente leve um acompanhante para ajudar a segura-lo caso queira fugir (brincadeirinha!). Alguns médicos pedem para que antes de fazer sejam suspensos medicamentos anticoagulantes, fora isso, nada de especial.
Após todas as dúvidas sanadas, voltamos ao nosso lugar, aguardamos, por mais uns quarenta minutos, até me chamarem pelo nome. Levantamos e entramos na sala. Ana sentou numa cadeira em frente a maca em que me deitei - com o pescoço dobrado para trás, de modo que tinha um papel escrito na parede de cabeça para baixo, mas estrategicamente no meu campo de visão e de enquadramento, pela posição em que me encontrava. Não lembro bem o que estava escrito. Algo como : Olhe aqui, olhe para cá, ou coisa parecida. Percebi que estava na posição correta. Relaxei como o médico disse (quase pedi uma taça de vinho para relaxar mais ainda!). Brincadeiras à parte, ele disse que eu ia sentir uma picadinha e conforme ele anestesiasse a área, o procedimento começaria, assim como no dentista.
Foi muito rápido para quem estava de fora, uns cinco minutos no máximo, mas eu senti um desconforto. Não quero assustar ninguém, mas li em alguns depoimentos que não doía, mas cada um tem uma sensibilidade...Eu sou resistente a dor, mas confesso que senti mais do que gostaria. Ana me disse que de preta, fiquei branca. Uma, talvez duas lágrimas desceram, mas aguentei firme. Até agora estou aguardando a anestesia.
Uma coisa bem apropriada foi o tamanho e o peso do médico. Nem que eu quisesse sair correndo, ele se posicionou ao meu lado e seu braço pesado, me ¨segurava¨ no leito enquanto realizava o procedimento. Achei bem estratégico!
Levantei, ainda querendo saber a placa do caminhão que capotou em cima de mim ( só para relaxar!) e saímos da sala. Fui ao banheiro e verifiquei um calombo saltando do meu pescoço. Nada de sangramento, nada de mais. Aquilo logo ia abaixar. Doía um pouco, mas tudo bem tolerável!
Do centro da cidade partimos de metrô ao laboratório na Tijuca para entregar o material apreendido (linguagem de polícia!). Ana seria a condutora da "prova ," porque se deixasse na minha mão poderia cair e ir para o ralo - eu estava nervosa! Explicando: a clínica que fazia o exame não era a mesma que analisava o material, mas naquelas circunstâncias aquele era o menor dos meus problemas...partimos para a Tijuca!
Meu pedacinho de tireoide chegou são e salvo quinze minutos depois no laboratório! Entreguei para a recepcionista, peguei o protocolo: resultado em sete dias úteis (rápido!). Nada mais a fazer, Mandei mensagens tranquilizando a todos, contando que já havia feito
Cada uma seguiu seu rumo na expectativa do tempo ser generoso, passar mais rápido. Lembro de andes de chegar em casa ter tomado um caldinho de mocotó e uma cervejinha em uma lanchonete,para aliviar o estresse. (E eu nem sou muito chegada a cerveja!)
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