segunda-feira, 4 de abril de 2016

6 - A Punção parte1

                
                                            Após a consulta com a endócrino, mil caraminholas surgiram na minha cabeça!
                                             Apesar da médica ter  explicado tudo com  mil detalhes, não processei 100% das informações. Eu pensava nas estratégias de guerra! Mentalmente, amarrei a faixa do rambo, vesti o camuflado e parti para a guerra da marcação, autorização e o medão de fazer a tal da punção da tireoide...!
                                            Só consegui marcar para o início de janeiro e não posso reclamar porque dei sorte. Tenho um plano de saúde, por mais que eu tivesse brigado, procurado lugar para fazer, não conseguido, ligando novamente, não conseguindo novamente, o tempo foi passando, até que recebi uma ligação da Unimed: a atendente me informou dia, hora e local para fazer o exame. Quase soltei fogos! Que felicidade! Nunca imaginei que ficaria tão feliz para levar uma agulhada no pescoço. Dancei com Milly ao som de Pre pa ra! Nem todo mundo tem a sorte de ter um plano de saúde, nem todo mundo tem a sorte de poder fazer exames perto de casa. Agradeço a Deus todos os dias por isso!
                                           Chegou o Natal, o Ano  Novo, tentei minimizar a situação para a família, mas contei que estava fazendo exames por causa de problemas na tireoide. Passei as festas com falsa tranquilidade porque o bicho punção estava me atormentando. Meu filho perguntando muito, eu só pincelando. Para minha irmã não tinha segredos, sempre sabe de tudo que se passa comigo, meu irmão e cunhada pouco sabiam, eu preferia esperar mais para informar. 
                                           O tempo se arrastava........ A agonia tomava conta de mim! Minha amigas  estavam acompanhando tudo entre telefonemas e mensagens. Ana (que foi comigo na ambulância no episódio do coração) me acompanharia para o exame, por morar mais próximo e as outras estarem trabalhando, mas na última hora foi chamada para entregar documentos em outra cidade, onde seria nomeada para um trabalho que ela aguardava há meses .Não tinha como.... Evitei alterar a rotina das outras pessoas em cima da hora, falei com minha irmã que teve a ideia de mandar meu sobrinho Pedro. Ele  estava disponível e poderia ser meu acompanhante. Perguntou se havia problema e eu disse que não, mesmo porque não tinha outra opção...Mas vamos combinar que homem não é melhor companhia nesses momentos, mas ele é sempre um bom ouvinte.
                                          Chegou o dia! Meu sobrinho dormiu de véspera em minha casa, tinha que estar cedo no centro da Cidade. De qualquer forma, foi rápido de metrô. Chegamos, peguei uma senha, sentei com Pedro e fiquei aguardando aqueles infindáveis minutos para ser chamada.      
                                         Passaram-se mais ou menos quarenta minutos quando meu número apareceu na tela. Me dirigi ao balcão e entreguei a papelada. A recepcionista pegou o telefone, discou e leu para quem estava do outro lado da linha os detalhes do exame. falou meu nome, numero do pedido  e outras coisas mais. Falava: ok...........  aguardo..........ok..............estou aguardando.........  e eu com o coração acelerado!         No final de uns cinco minutos de filme de suspense, ela  desliga o telefone e me diz:    O  plano não autorizou.           OIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII???????????????????????????????????????????????????????   Como assim??? Não autorizou????? Foram eles que marcaram, foram eles que me ligaram informando hora e local!!!!  COMO NÃO AUTORIZOUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU! Nada adiantou meu surto, quase psicótico. Peguei meu celular, liguei para o plano, pedindo explicações. Nenhuma explicação humanamente compreensível. Simplesmente era praxe, foi isso que ouvi. Liberariam o exame em três dias úteis, sendo que tinha o feriado no dia seguinte e um final de semana depois. Nunca pensei que um dia eu pudesse vir a odiar tanto um feriadão! 
                                          Me senti impotente, tensa, revoltada, e minhas forças estavam se esvaindo. Eu estava desmontando! A cabeça começou a doer, os olhos se encheram de água, mas eu não queria desmoronar ali. Fui para casa, despachei  Pedro, respondi as dezenas de mensagens de WhatsApp de meu namorado que perguntava: Já fez?  já fez? Já fez? Já fez???????????????????????  Naquele momento, eu queria ir à Itália e derrubar a Torre de Pizza na cabeça do Danilo!
                                          Entrei em casa e chorei tudo que não havia chorado durante todos aqueles meses. Esvaziei a alma , respondi a todos que queriam saber como foi e me recolhi à minha temporária insignificância.
                                     

2 comentários:

  1. Queria poder ter estado ao seu lado nesses momentos tão difíceis, amiga!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Só de você manifestar essa vontade, já fico feliz! Beijos!

      Excluir